O programa eleitoral da coligação “Dante de Oliveira” mostrou, nesta sexta-feira (24), as “ligações perigosas” entre o candidato a prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB), ex-dirigentes do MT-Saúde – na época em que o plano foi alvo de um esquema de corrupção – e ex-secretários do Governo Silval Barbosa (PMDB).
Em junho de 2013, Emanuel foi relator da CPI do MT-Saúde na Assembleia Legislativa – e, apesar de ter verificado irregularidades e indícios de desvio de dinheiro do órgão que cuida do plano de saúde dos servidores estaduais, não indiciou o ex-presidente do MT-Saúde, Yuri Bastos Jorge, e nenhum secretário de Estado da Gestão Silval Barbosa, do mesmo partido de Emanuel.
À época, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) já havia constatado um rombo de R$ 25 milhões nas contas do MT Saúde. Um vídeo divulgado pela imprensa mostrava Yuri Bastos, hoje um dos coordenadores e doadores da campanha de Emanuel, recebendo montes de dinheiro de Hilton Paes de Barros, representante da empresa ConnectMed, contratada irregularmente pelo MT-Saúde.
Cézar Zílio, hoje delator de vários esquemas da Gestão Silval, era o secretário de Estado de Administração, secretaria à qual o MT-Saúde é ligado – e também nem foi citado no relatório de Emanuel Pinheiro. Zílio sequer foi chamado para depor na CPI.
Neste ano, em delação premiada, César Zílio revelou detalhes de um esquema que teria desviado pelo menos R$ 3 milhões do MT Saúde, na gestão de Silval. Conforme uma ação que corre no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, os desvios podem chegar a R$ 43 milhões. Cerca de R$ 11 milhões em bens já foram bloqueados pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
O roubo de dinheiro público hoje confessado por Cézar Zílio teria sido esquecido se a ex-deputada estadual Luciane Bezerra (PSB) não tivesse apresentado um relatório paralelo ao de Emanuel Pinheiro.
Em seu relatório entregue ao Ministério Público Estadual, Luciane pediu o indiciamento de 18 pessoas físicas e mais duas empresas supostamente ligadas ao esquema.
Os nomes de Yuri Bastos e Cézar Zílio estavam no relatório de Luciane, bem como o do ex-secretário-adjunto de Administração José de Jesus Nunes Cordeiro, considerado pela juíza Selma Arruda como o “braço armado da quadrilha comandada por Silval Barbosa”. José Cordeiro está preso no Batalhão de Operação Policiais Especiais (Bope) por suposto envolvimento na Operação Sodoma, que também levou Silval à cadeia.
Com base no relatório de Luciane Bezerra, o promotor de Justiça Roberto Aparecido Turin ofereceu denúncia que culminou, em 2014, com a condenação de Yuri Bastos por improbidade administrativa resultante de fraude em licitação e peculato.
DOAÇÕES – De acordo com registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Yuri Bastos já doou R$ 2,4 mil à campanha de Emanuel; Flávio Alexandre, também ex-presidente do MT-Saúde, por sua vez, já registra R$ 4,4 mil em doações.
REVOLTA – Quando Emanuel Pinheiro apresentou seu relatório final de CPI, representantes do Fórum Sindical, que agrega diversas categorias de servidores públicos, acusaram o deputado de “advogar para os acusados no escândalo do MT-Saúde”.
À época, os servidores públicos do Estado padeciam nas filas do MT-Saúde, sem conseguir atendimento, apesar de todos os meses terem o valor referente ao plano descontado de seus holerites.
“Os arrombadores dos cofres do MT-Saúde foram blindados”, afirmou o sindicalista Cledison Gonçalves. “Hoje o plano se encontra no caos – e nós sabemos que houve desvio. Mais uma vez é uma CPI que acaba em pizza, com sobremesa de marmelada”, completou, referindo-se ao relatório de Emanuel.
Três anos depois, Cledison Gonçalves pede votos para Emanuel Pinheiro e organiza manifestações contra o Governo Pedro Taques.
Para o professor aposentado Rui Carlos Schneider, algumas pessoas foram beneficiadas pelo esquema no MT-Saúde – que foi acobertado. “Era um grupo político que estava no poder, no momento, e que foi responsável pela formatação do relatório. Com certeza, algumas dessas pessoas devem ter sido beneficiadas”, disse.
Maria do Carmo Martins, professora estadual aposentada, contou que os serviços do MT Saúde foram paralisados pela má gestão. “Não tinha médicos, não tinha hospitais, não tinha clínicas para nos atender. Para mim, foi péssimo e se hoje perguntar para qualquer servidor, todos vão dizer isso”, afirmou.
Em junho de 2013, Emanuel foi relator da CPI do MT-Saúde na Assembleia Legislativa – e, apesar de ter verificado irregularidades e indícios de desvio de dinheiro do órgão que cuida do plano de saúde dos servidores estaduais, não indiciou o ex-presidente do MT-Saúde, Yuri Bastos Jorge, e nenhum secretário de Estado da Gestão Silval Barbosa, do mesmo partido de Emanuel.
À época, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) já havia constatado um rombo de R$ 25 milhões nas contas do MT Saúde. Um vídeo divulgado pela imprensa mostrava Yuri Bastos, hoje um dos coordenadores e doadores da campanha de Emanuel, recebendo montes de dinheiro de Hilton Paes de Barros, representante da empresa ConnectMed, contratada irregularmente pelo MT-Saúde.
Cézar Zílio, hoje delator de vários esquemas da Gestão Silval, era o secretário de Estado de Administração, secretaria à qual o MT-Saúde é ligado – e também nem foi citado no relatório de Emanuel Pinheiro. Zílio sequer foi chamado para depor na CPI.
Neste ano, em delação premiada, César Zílio revelou detalhes de um esquema que teria desviado pelo menos R$ 3 milhões do MT Saúde, na gestão de Silval. Conforme uma ação que corre no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, os desvios podem chegar a R$ 43 milhões. Cerca de R$ 11 milhões em bens já foram bloqueados pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
O roubo de dinheiro público hoje confessado por Cézar Zílio teria sido esquecido se a ex-deputada estadual Luciane Bezerra (PSB) não tivesse apresentado um relatório paralelo ao de Emanuel Pinheiro.
Em seu relatório entregue ao Ministério Público Estadual, Luciane pediu o indiciamento de 18 pessoas físicas e mais duas empresas supostamente ligadas ao esquema.
Os nomes de Yuri Bastos e Cézar Zílio estavam no relatório de Luciane, bem como o do ex-secretário-adjunto de Administração José de Jesus Nunes Cordeiro, considerado pela juíza Selma Arruda como o “braço armado da quadrilha comandada por Silval Barbosa”. José Cordeiro está preso no Batalhão de Operação Policiais Especiais (Bope) por suposto envolvimento na Operação Sodoma, que também levou Silval à cadeia.
Com base no relatório de Luciane Bezerra, o promotor de Justiça Roberto Aparecido Turin ofereceu denúncia que culminou, em 2014, com a condenação de Yuri Bastos por improbidade administrativa resultante de fraude em licitação e peculato.
DOAÇÕES – De acordo com registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Yuri Bastos já doou R$ 2,4 mil à campanha de Emanuel; Flávio Alexandre, também ex-presidente do MT-Saúde, por sua vez, já registra R$ 4,4 mil em doações.
REVOLTA – Quando Emanuel Pinheiro apresentou seu relatório final de CPI, representantes do Fórum Sindical, que agrega diversas categorias de servidores públicos, acusaram o deputado de “advogar para os acusados no escândalo do MT-Saúde”.
À época, os servidores públicos do Estado padeciam nas filas do MT-Saúde, sem conseguir atendimento, apesar de todos os meses terem o valor referente ao plano descontado de seus holerites.
“Os arrombadores dos cofres do MT-Saúde foram blindados”, afirmou o sindicalista Cledison Gonçalves. “Hoje o plano se encontra no caos – e nós sabemos que houve desvio. Mais uma vez é uma CPI que acaba em pizza, com sobremesa de marmelada”, completou, referindo-se ao relatório de Emanuel.
Três anos depois, Cledison Gonçalves pede votos para Emanuel Pinheiro e organiza manifestações contra o Governo Pedro Taques.
Para o professor aposentado Rui Carlos Schneider, algumas pessoas foram beneficiadas pelo esquema no MT-Saúde – que foi acobertado. “Era um grupo político que estava no poder, no momento, e que foi responsável pela formatação do relatório. Com certeza, algumas dessas pessoas devem ter sido beneficiadas”, disse.
Maria do Carmo Martins, professora estadual aposentada, contou que os serviços do MT Saúde foram paralisados pela má gestão. “Não tinha médicos, não tinha hospitais, não tinha clínicas para nos atender. Para mim, foi péssimo e se hoje perguntar para qualquer servidor, todos vão dizer isso”, afirmou.
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