
Uma série de requerimentos relativos à ação penal da Operação Sodoma foram indeferidos pela juíza Selma Rosane Santos Arruda, da Sétima Vara Criminal. Entre eles, está um pedido de realização de perícia contábil a fim de definir os valores considerados como pagamento de propina.
O intuito do pedido, negado pela magistrada, era “definir quanto os colaboradores se comprometeram a devolver e os frutos que dali derivaram, para análise das perdas nos efeitos da condenação extrapenal”, segundo o despacho.
Em outro despacho, o oficial de justiça alegou que esteve na casa de Antônio Roni de Liz, mas não o encontrou. “Lá estando toquei o interfone, bati palmas e chamei por varias vezes e não obtive êxito algum, porém buscando informações com o vizinho, informou que o Réu Sr. Antonio Roni de Liz é quem reside no referido Imóvel, entretanto não sabia informar o horário que poderia encontrá-lo no recinto”, informou.
O oficial contou que então voltou na casa de Roni no dia seguinte, para tentar intimá-lo, novamente sem sucesso. “Certifico, finalmente, que retornei ao endereço acima mencionado no dia 04/12/2016 às 18h10min, onde constatei que não havia ninguém no referido Imóvel. Diante do exposto não foi possível intimar o Réu Sr. Antonio Roni de Liz e devolvo o presente mandado ao Cartório”, relatou.
A magistrada agendou para o dia 13 de dezembro a audiência de instrução com o proprietário da gráfica De Liz, Antônio Roni de Liz, réu na segunda fase da Operação Sodoma, acusado de participar de um esquema de fraudes em licitações de materiais gráficos no governo do Estado.
Irão depor no dia 13, além de Antônio Roni de Liz, o ex-secretário Cézar Zílio, o ex-secretário adjunto de Administração, José de Jesus Nunes Cordeiro, o ex-deputado e presidente da Assembleia Legislativa, José Geraldo Riva, além das testemunhas, Robinson Aparecido Venturini, Wilson Gambogi Pinheiro Taques, Luiz Heraldo Medeiros de Carvalho e Erica Marques Siqueira Silva.
As oitivas relacionadas a Roni de Liz não ocorreram em agosto, quando os demais réus e testemunhas prestaram depoimentos, porque ele trocou de advogado as vésperas da audiência. Para não atrasar todo o processo, a juíza abriu novo prazo apenas para o empresário.
FRAUDE EM PRODUTOS GRÁFICOS
O esquema teria beneficiado o ex-governador Silval Barbosa, o ex-secretário de Administração Cezar Zílio, além do prefeito cassado de Várzea Grande, Wallace Guimarães (PMDB). Eles simularam compras de produtos gráficos através de uma licitação, onde a gráfica De Liz foi uma das vitoriosas.
Segundo ddelação premiada de Cézar Zìlio, os produtos adquiridos no pregão nunca foram entregues. De acordo com a denúncia, Antonio Roni de Liz e Evandro Gustavo Pontes da Silva teriam agido como "comparsas" de Wallace Guimarães (PMDB) em um esquema de desvio de dinheiro que serviu para abastecer o "caixa 2" da campanha eleitoral de 2012 do prefeito cassado. Em sua colaboração premiada, César Zilio, revelou que Wallace, enquanto deputado estadual, recomendou uma fraude numa contratação de empresas gráficas pelo governo do Estado.
A concretização deste esquema permitiu a contratação da Gráfica e Editora Liz, que possibilitou um desvio de R$ 2 milhões. Desta quantia, R$ 1 milhão foi entregue ao ex-governador Silval Barbosa e César Zìlio. O restante do pagamento foi repassado a gráficas indicadas por Walace Guimarães para financiar a campanha a prefeito de Várzea Grande nas eleições de 2012. Segundo a denúncia, não houve a prestação de nenhum serviço gráfico, apesar do pagamento vultuoso ter saído do caixa do Estado.
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