sexta-feira, 28 de outubro de 2016

No penúltimo programa, Wilson exibe provas de que familiares de Emanuel receberam propina


No penúltimo programa do segundo turno exibido nesta quinta-feira (27), o candidato Wilson Santos (PSDB) exibiu as provas de que familiares do candidato a prefeito pelo PMDB, Emanuel Pinheiro receberam propina da empresa Caramuru Alimentos S/A.

Notas fiscais mostram que houve pelo menos 12 pagamentos da Caramuru aos parentes de Emanuel, num total de R$ 1.790.000,00.  A Caramuru pagou R$ 850 mil à empresa Pinheiro e Noronha, do irmão e cunhada de Emanuel Pinheiro, entre os dias 4 de setembro e 2 de outubro de 2014, como comprovam as notas fiscais de números 52, 53, 54, 55 e 56. 

Já para a empresa Auctus Consultoria Econômica Ltda de propriedade da cunhada de Emanuel e sua irmã, Fabíola, a Caramuru pagou outros R$ 880 mil, entre os dias 5 de setembro e 2 de outubro de 2014, conforme as notas de números 115, 116, 118, 119 e 120. Outro pagamento de R$ 60 mil foi feito pela Caramuru à advogada Fabíola Cassia de Noronha Sampaio, irmã da cunhada de Emanuel Pinheiro, no dia 16 de outubro de 2014, conforme a nota fiscal de número 118.

No mesmo período, a Caramuru efetuou mais dois pagamentos a empresas de Cuiabá para o escritório de advocacia Figueiredo e Figueiredo, que já representou os peemedebistas Carlos Bezerra e Teté Bezerra, no total R$ 1.773. 765, 00. Somando-se todos os pagamentos, a Caramuru pagou no período o valor R$ 3.563.765,00. Os pagamentos começaram a ser feitos logo após a inclusão da Caramuru no Prodeic, no dia 27 de agosto de 2014, quando a empresa recebeu irregularmente o benefício para não pagar impostos a Mato Grosso.

De acordo com revelações da imprensa, Emanuel também estaria sendo investigado pelo Ministério Público Estadual (MPE), por envolvimento com a empresa Caramuru Alimentos. As investigações estão sob responsabilidade do Núcleo de Ações e Competência Originária (Naco), que só investiga autoridades com foro privilegiado. 

As provas foram apresentadas nesta manhã pelo candidato Wilson Santos (PSDB), durante entrevista coletiva à imprensa na sede do Diretório Municipal do PSDB, no Bairro Santa Rosa.

ENTENDA O CASO – Parentes do candidato Emanuel Pinheiro procuraram o também candidato Wilson Santos ainda no 1º turno, para evitar que este denunciasse, na campanha eleitoral, o envolvimento da Família Pinheiro no pagamento de propinas investigado na Operação Sodoma. 
Em uma gravação de áudio, Marco Polo Pinheiro e Bárbara Helena Pinheiro apelaram para que Wilson não mencionasse o esquema no horário eleitoral, ao mesmo tempo em que confessaram ter recebido, através de suas empresas, vários pagamentos da Caramuru. 
Muito nervosa – e às vezes aos prantos –, Bárbara diz a Wilson Santos que a descoberta dos pagamentos “vai acabar com a minha vida”. Marco Polo, por sua vez, apelou para a amizade entre os dois deputados para que a campanha eleitoral focasse apenas em propostas e ideias. 
A reunião foi realizada no apartamento de Wilson, no Bairro Goiabeiras, em Cuiabá. A gravação foi feita por uma quarta pessoa, que presenciou a conversa. Como Bárbara e Marco Polo se mostraram muito nervosos, Wilson pediu aos dois que se acalmassem e explicassem o que, de fato, estava acontecendo.
Bárbara disse que ela e sua irmã, Fabíola, prestaram serviço de “assessoria tributária” à Caramuru. Ela admitiu que chegou a ir à Secretaria de Estado de Indústria e Comércio, algumas vezes, para defender os interesses da Caramuru. O fato é que, nessa mesma época, a Caramuru conseguiu obter incentivos fiscais do Governo do Estado, através de um procedimento, para dizer o mínimo, fora dos padrões. É que normalmente o prazo para deferir a concessão dos incentivos leva de 120 dias a 180 dias; entretanto, para a Caramuru, o benefício foi concedido em um prazo recorde, de oito dias.


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