
Fonte: Extra
Pivô de uma batalha de custódia e de uma crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos, Sean Goldman, agora com 18 anos, deu sua versão sobre o caso pela primeira vez. Em entrevista à revista "Veja", ele ressaltou que foi "vítima de muitas mentiras" e que, por isso, decidiu romper relações com a avó materna, a quem acusou de tentar afastá-lo do pai. O adolescente acaba de entrar na universidade, onde vai cursar Administração, e considera que "perderia muita coisa" se não estivesse ao lado do pai.
Em 2004, a brasileira Bruna Bianchi viajou com o filho, então com 4 anos, de férias para o Rio e pediu o divórcio de David Goldman, pai do menino. Após Bruna avisar a David que decidira criar o garoto no Brasil, o americano acionou a Justiça. Era o começo de uma disputa de seis anos pela guarda de Sean, que ganhou contornos dramáticos em 2008, quando Bruna morreu ao dar à luz Chiara, fruto de seu relacionamento com João Paulo Lins e Silva.
À "Veja", Sean destacou que se considera "vítima de alienação parental" e que ouviu "muitas mentiras" sobre o pai e os Estados Unidos, onde nasceu. Ele diz que não levou o skate para lá porque a avó materna, Silvana Bianchi, disse que no país só havia neve. O adolescente hoje mal fala português.
"Havia um acordo para ela (Silvana) me visitar até os meus 16 anos. Ela veio mais de dez vezes, mas depois disse em entrevista não ter me visto desde a minha volta. Por essa mentira, decidi romper a relação. Na verdade, adoraria ter contato com ela e com o Brasil. Mas minha família não agiu de forma normal", ressaltou Sean.
Segundo David Goldman, a primeira coisa que o menino lhe perguntou foi: "Por que você me deixou?". Sean demorou dez dias para pronunciar a palavra "pai", segundo a "Veja". Ao GLOBO, Silvana Bianchi frisou que não vai comentar a entrevista do neto.
— É um assunto requentado que está rolando há dez anos. É a mesma história, eu não vou comentar. Para mim, é um assunto muito triste e muito delicado para começar a expor minha vida outra vez — ressaltou Silvana, ao telefone.
Na entrevista à "Veja", Sean lamenta não ter contato com a irmã. Nunca mais a viu desde que deixou o Brasil. Para reencontrá-la, precisaria do intermédio da avó e do padrasto, que, segundo ele, nunca mais o procurou. Isso prova, para o adolescente, que Lins e Silva "não entrou na disputa porque me amava". Na visão do jovem, a batalha ocorreu "por orgulho" e "para não perder uma briga judicial".
"A minha vida é a mais comum que se possa ter, mas ela só é possível porque a justiça foi feita. Minha mãe morreu, mas eu tenho um pai. Meu lugar era com ele. Eu perderia muita coisa caso não tivesse retornado para os Estados Unidos", considerou o jovem, que exaltou a experiência na escola e a convivência com David.
Sean contou à revista que a batalha judicial lhe deixou marcas. Não gosta de futebol por ter sido "obrigado pela família materna a vestir a camiseta da seleção brasileira" ao ser entregue para o pai, conforme a decisão da Justiça. Na ocasião, o menino passou por uma multidão até entrar no consulado americano, no centro do Rio.
"Foi um processo lento, mas hoje sei que foi uma subtração infantil. Quando voltei para cá, eu era muito pequeno. Faço terapia desde então. E, claro, tive curiosidade de ler notícias da época pela internet", recordou o jovem, sobre quando começou a entender a disputa pela guarda, há cerca de cinco anos.
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