No Brasil, a cada 2 segundos uma mulher é vítima de violência física ou verbal. E, mesmo assim, o humorista (muito sem graça, vale dizer) Patrick Maia achou que era uma excelente ideia fazer uma piada sobre o tema. E pior: para isso, contou com a ajuda de sua esposa, a atriz Fernanda Peviani.
Em um vídeo publicado no Instagram de Maia há quatro dias, Fernanda aparece fazendo um discurso sério, como se tivesse sido vítima de violência doméstica. Ela levanta o óculos de sol que está usando mostra os hematomas no olho esquerdo e no pescoço, como se tivesse apanhado do marido.
"Sou a Fernanda Peviane. Sou atriz e casada com o Patrick Maia, a gente tá junto há sete anos. Na última sexta, eu conheci um lado dele que ue não conhecia. Não sabia que ele era capaz disso. Olha o que ele fez. Isso aqui também", diz, ao mostrar os machucados. "Quantos tutoriais você viu, mor?", questiona ela, enquanto começa a tocar uma música engraçadinha. "Ixi, nenhum, mor! Tô fazendo na raça aqui!", responde Patrick, que aparece em cena para maquiar a esposa.
Na legenda, Patrick ainda disse: "Assumo o que fiz. Fiz mesmo e tive meus motivos. Quem quiser esclarecer qualquer dúvida, estou aqui. Ou pergunta direto para a @fepeviani para saber a versão dela". Alguém aí está rindo? Pois é. Essa "brincadeira" não teve graça nenhuma.
O vídeo, claro, causou fúria na web. "Denunciem esse pseudo 'humorista'. Babaca! Fui", disse uma seguidora. "Tem brincadeira que não vale, brow. Sobretudo num momento em que os números de violência doméstica só crescem em todo país. Não foi legal", disse outro. "Que rídiculo isso! E mais essa mulher se prestar a isso. Quantas mulheres são agredidas e mortas de verdade!", apontou mais uma. "O sofrimento de mulheres é engraçado? Lixos!!!!", completou outra.
"Pede para alguém explicar a piada e o contexto e volta aqui", pediu Patrick. "Não, bicho! Eu entendi bem. Esse é o problema. Você se achar num nível que pode subestimar o outro. Pede para alguém te dar uma aula sobre minorias e continua nesse rumo, se quiser", completou o seguidor.
E o pior: alguns dias antes, Patrick já tinha tido um post removido do Instagram por incitar a violência contra as mulheres. "O @instagrambrasil achou por bem remover um post com uma piada minha que 'incita a violência contra as mulheres', o que me deixa chateado de ver quão raso pode ser nosso julgamento quando somos tendenciosos. Depois eu posto um vídeo falando disso aqui. Se permitirem", afirmou em uma postagem.
Depois da polêmica, Patrick Maia ainda fez um post no Facebook para se explicar e fazer uma análise da primeira piada, censurada pelo Instagram. "Minha mulher queria ir a uma balara retrô e eu perguntei o porquê. Ela disse que queria se sentir nos anos 50. Aí, eu bati nela", afirmava a piada (OI?).
Patrick, então, diz: "Nos anos 50, tivemos o início do Rock'n'Roll e MUITA violência contra as mulheres. A agressão era tão comum que, na piada, agredir uma mulher era tão natural quanto ouvir Elvis Presley. Sim, as mulheres ainda sofrem violência nos dias de hoje. MAs a piada não incentiva isso em seu discurso. Ela apenas aponta um erro histórico que ainda persiste", completou. O problema, Patrick, é que incentiva, sim.
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